O Repórter
Record Investigação desta segunda-feira, 21/07, exibido às 22h15, vai
mostrar as transformações da Cracolândia de território dos viciados em cola no
centro de São Paulo nos anos 80, até a transformação em ponto dominado pelos
usuários de crack. A droga tem hoje 1,5 milhões de dependentes no Brasil, país
com maior número de consumidores deste tipo de entorpecente no mundo.
E
numa iniciativa inédita na TV, o programa monta uma cabine no local com
a seguinte faixa: “Conte a sua história e reencontre sua família”, para
ouvir depoimentos dos viciados em crack. Pessoas que abandonaram suas casas
para viver na rua e que podem ficar anos sem ver a família. A realização
do programa envolveu mais de 30 jornalistas que trabalharam durante três meses
nesta reportagem que resultou em 80 horas de gravação.
Os
repórteres Lúcio Sturm e Gustavo Costa e os cinegrafistas Michel Mendes e
Valmir Leite estiveram na região por uma semana, acompanhando depoimentos. No
estúdio, apelidado pelos próprios drogados de “cabine da vida”, espontaneamente
os dependentes relataram como suas vidas foram destruídas pelo vício.
O rapper Antônio
Carlos Nascimento, conhecido como como Kaw-x, longe de casa há quatro anos,
declara: “Estou na capital do crack da América do Sul”. E canta seu
drama: “São Paulo à noite/o mundo se divide em dois/ o mundo não te
distingue o amor da maldade/ e ganha a vida quando escurece em nossa cidade/
veja aqueles pivete procurando alguma coisa no chão/ estão na nóia do crack
curtindo sua ilusão “.
O
programa mostra ainda uma a história de Ana Paula Lima, ex-campeã paulista de
caratê que deixou a vida de atleta para viver pelas ruas do centro da capital
paulista. E traz o depoimento do jovem de classe média alta que recebe dinheiro
dos pais para ficar longe de casa. Fábio Mori entra na cabine
e mostra o extrato bancário que revela os depósitos. “Hoje em dia eles
depositam dinheiro na minha conta para eu não voltar para casa. Faz
quatro dias, eles depositaram R$ 560 conta na minha conta. Que mais? Tenho
cartão cidadão, tenho cartão do SUS… “
Foram
38 entrevistas e deste total, foi possível promover o encontro de quatro
dependentes com a família. A reportagem acompanha este retorno e, passado
algum tempo, volta a visitá-los para descobrir como lidaram com a chance de um
recomeço.

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